a poesia constrangida de um poeta menor

22 de ago. de 2007

VERSO ÓRFÃO

Que será de ti, meu verso vão
Desprovido de sentido
Se aqueles que te lerem com a razão
Forem incapazes de o fazerem com a emoção?
Compreender-te-ão? Duvido

Serás, tu, sem serventia
Mero capricho de um poeta
Que, tolo, ambicionou-se poeta, a revelia
Do lirismo que não possuía

Tu, verso vadio
Nu, controverso e vazio
Nasceste pra ser tocado e sentido, sem intermédio
E, jamais interpretado
Tal bula de remédio
Que chateação!
Ou manual de instrução
Quanto tédio...

Todavia, alvíssaras parnasianas acalentam-me
Advindas d’algum ponto da Via Láctea
Pois, se só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas
Estes mesmos têm candura de sentir poesia
Alma de apreciá-la e empatia de entendê-la
E meu verso órfão, por fim
Encontrará guarida, assim

Verso meu, flerta com os que amam
Pois só estes te entenderão
E, assim, o devido valor, por certo, dar-te-ão.

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