a poesia constrangida de um poeta menor

23 de fev. de 2008

RASGO

Ridicularias: tua mais adorável ração
Tua peçonhenta iguaria
Combustível de tua arrogância!

Fazes-te maior, não por assim o seres
- não o és! -
Crês-te maior
Encolhendo o alheio
Zombando o díspar
Enxovalhando o estranho
E nesta infame relação engendrada no âmago dos teus azedumes
Pateticamente entressonhas
E tens-te por superior, instância máxima de ser
E acalentas, destarte, tua alma negra

Negra de um negrume baço e carrancudo
Amargo e triste...
Negro ausência
Estampado na face
Mas talentosamente encoberto por tuas pulhices
E ironias cáusticas

No entanto - que aptidão! -, ridicularizas!
Aviltas para sobressaíres-te
Tudo e todos são vis
Tudo e todos são néscios
Tudo e todos são meros engodos de existência
E neste teu vão passar
Teu passatempo é a ridicularia
Tua vitamina, teu néctar...

...e tua cicuta.

Ridicularizas!
Ridicularizas!
E passas
Sem dares-te por conta
O quão ridículo é o teu tosco passar
Mero rasgo mal-cerzido.

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