O crânio beijou a pedra
E fez-se pedra
O corpo abraçou o solo
Seu irremediável fim
Seu ataúde inevitável
Os órgãos, há muito maltratados
De cânceres, enfisemas
Úlceras e cirroses
Amalgamaram-se num pasta indefinida
E a alma alheou-se de tudo
E assistia a tudo
Sem nada compreender
Há segundos, tudo lá embaixo era tão pequeno
Microscópico
Neste instante, tudo é gigantesco
E a cidade me engole sem mastigar
Vomitar-me-á, por indigesto
Tal como me fez a vida
Expelindo-me sem dó, tampouco apuro
Ajudei-a na derradeira golfada, com o dedo.
a poesia constrangida de um poeta menor
5 de set. de 2007
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