a poesia constrangida de um poeta menor

29 de set. de 2007

DOR ALHEIA

O poeta tatua no próprio corpo toda a dor do mundo
E nos versos entalhados em sua epiderme
Sentimos dor sem nos doermos
Posto que em pele estranha

Mas não pertence ao poeta dor tamanha
Ele apenas dela compartilha, inerme
E, amiúde, ao usufruirmos seus versos, indiferentes
Sentimo-nos fisgados, estranhamente
Pelo pontiagudo anzol da dor alheia
Que, a bem da verdade, há que se leia
Nada mais é que a dor da gente.

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