a poesia constrangida de um poeta menor

14 de jan. de 2008

VIRABREQUIM

Secou-me novamente o verbo
Apronta-me de novo das suas, este moleque
Travessura, esta, da sua maior predileção!
Estou árido e infértil lexicamente

Entrevejo-me, frente à tensão de criar
Diante do desejo de um simples rabiscar poético
Absolutamente alírico

E estes versos ralinhos e insossos que então lês
São cactos que relutam e resistem, boquissecos
E espetam-me, insistentemente
Seus espinhos pontiagudos de afagos lancinantes
A lembrar-me, a todo instante
Que cá nest’alma, ora estéril, desértica
Ainda gira explosivamente
O inquebrantável virabrequim do lirismo
Que só deixa de girar
Quando o mundo assim também o fizer, derradeiramente, para o poeta.

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